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UMA LUTA EM PROL DA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE, DA FAMÍLIA E DA CIDADE

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

MEC lança pacto para alfabetizar aos 8 anos


Número de jovens de 15 a 17 anos fora da escola aumentou


IBGE mostra que políticas públicas para incluir a juventude no sistema educacional fracassam. População nessa faixa etária aumentou e frequência escolar caiu em 2011


As políticas de inclusão dos jovens no sistema educacional fracassam.  Colocar todos os brasileiros de 15 a 17 anos na escola é o maior desafio a ser superado para que a Emenda Constitucional 59 seja cumprida. A lei determina que, até 2016, todas as crianças e adolescentes com idades entre 4 e 17 anos sejam matriculados no sistema educacional. Em vez de voltar à escola, a população jovem tem se afastado ainda mais dela. 

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2011, divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que a quantidade de adolescentes de 15 a 17 anos longe dos bancos escolares aumentou. Em 2009, 1.479.000 de brasileiros nessa faixa etária não estudavam. Eles representavam 14,8% dessa população. No ano passado, o número de excluídos subiu para 1.722.000 (16,3% dos 10,5 milhões de jovens). 

Os números representam um revés na tendência observada nos anos anteriores, quando a taxa de escolarização dos jovens melhorava. Apesar de quase a metade estar fora da etapa escolar correta para sua faixa etária, era crescente o número de adolescentes que permaneciam
matriculados nas redes de ensino. Em 2008, 84,1% da população entre 15 e 17 anos frequentava os colégios brasileiros. No ano seguinte, a porcentagem subiu para 85,2%. Em 2011, ela caiu para 83,7%.

A realidade é ainda mais cruel com os jovens brasileiros que vivem nas famílias mais pobres. Enquanto 81,6% dos que não possuem renda familiar ou recebem até um quarto de salário mínimo per capita estudam, 87,8% dos que ganham um salário mínimo ou mais por pessoa da família estão matriculadas nas redes de ensino. É na Região Sul que a situação dos adolescentes é pior: 17,8% dos brasileiros com idade entre 15 e 17 anos estão fora da escola.

O IBGE não divulgou os dados que mostram com precisão quantos estudantes estão na série correta para a idade que possuem. No entanto, há pistas sobre o quão atrasados eles estão. Dos 5,5 milhões de alunos com 16 ou 17 anos, 1,5 milhão ainda cursava o ensino fundamental, etapa que deveriam ter concluído aos 14 anos. O número seria maior se fossem incluídos nas contas os adolescentes de 15 anos, mas não há dados específicos sobre eles ainda.

Outro sinal de que a educação para a juventude é falha está na média de anos de estudo da população brasileira. Os adolescentes de 15 a 17 anos possuíam 7,5 anos de estudo, em média, em 2011, enquanto deveriam ter completado, pelo menos, oito anos de estudo do ensino fundamental. A instrução média dos brasileiros não mudou quase nada em dois anos. Em 2009, a população com mais de 10 anos de idade possuía, em média, 7,2 anos de estudo. Em 2011, o número subiu para 7,3.

Em compensação, a quantidade de brasileiros que conseguiu estudar pelo menos 11 anos aumentou de 53 milhões para 58,5 milhões. Porém, no outro extremo, os dados da PNAD voltam a assustar: há 19,2 milhões de pessoas com mais de 10 anos de idade (11% do total) sem instrução e com menos de um ano de estudo.


Diferenças regionais de escolarização
O percentual de crianças e adolescentes que frequentam a escola varia em cada região e de acordo com cada faixa etária. Os jovens são o maior gargalo.

Mais crianças na escola
Enquanto a situação dos jovens – considerada o grande gargalo da educação no País – não melhora, a das crianças avança, mesmo que lentamente. A taxa de escolarização dos brasileiros de 6 a 14 anos de idade foi de 98,2% em 2011, um aumento de 0,6 ponto percentual em relação a 2009. Nas famílias com renda familiar mais alta, o índice chega a 99,2%. Apesar da quase universalização, ainda não se chegou ao que a lei exige: todas as crianças nessa etapa devem estar na escola.
A taxa de escolarização das crianças de 4 ou 5 anos subiu quase 3 pontos percentuais, passando de 74,8% em 2009 para 77,4% em 2011. A diferença de renda, porém, mais uma vez, influencia diretamente a presença dessas crianças na escola. Entre as que vivem nas famílias sem rendimento ou com rendimento mensal domiciliar inferior a um quarto de salário mínimo por pessoa, o percentual de escolarização baixa para 69,1%. E sobe entre os filhos das famílias com melhores condições financeiras: 88,9%.

A maior parte das matrículas da educação básica continua na rede pública de ensino. Há 42.186.000 de alunos nas escolas (da pré-escola ao ensino médio) de federais, estaduais e municipais, enquanto a rede privada atende a 11,5 milhões de estudantes. O maior percentual de
matrículas dos colégios particulares está na pré-escola (26,5%). Em relação às creches, não houve alteração significativa nos percentuais de atendimento. Em 2011, a rede pública atendia 65,3% das crianças e, em 2009, 65,6%. Há 2,8 milhões de crianças matriculadas em creches.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

ENSINO INTEGRAL É REJEITADO POR 56% DAS ESCOLAS PROCURADAS PELO GOVERNO DE SP


Dezesseis colégios de referência já testam ensino médio em tempo integral no Estado, mas secretaria não vai conseguir atingir meta de ampliação do programa prevista para 2013

A criação de escolas de referência para a melhoria da atratividade do ensino médio é um dos pilares do Programa Educação: Compromisso de São Paulo, lançado pela secretaria estadual para posicionar a rede paulista entre as melhores do mundo até 2030. Inicialmente testado por 16 escolas em 2012, o modelo seria expandido para 100 escolas no próximo ano e, de acordo com o secretário Herman Voorwald, chegaria a 300 unidades até o fim desta gestão (2014).

O Observatório da Educação solicitou a lista das escolas consultadas para fazer parte do Programa já no ano que vem. Das 76 escolas convidadas oficialmente pela secretaria, apenas 32 aceitaram aderir ao projeto. De acordo com o governo, as unidades passaram por um processo de consulta ao Conselho Escolar, “uma vez que a participação no Programa Ensino Integral ocorrerá mediante adesão de toda a comunidade”.
O modelo de ensino integral que está sendo implantado é baseado na experiência do Instituto de Coresponsabilidade pela Educação (ICE) em Pernambuco. Isso implica um novo modelo de gestão, reformas e melhorias nas escolas, professores em regime de dedicação exclusiva e o desenvolvimento de “projetos de vida” pelos estudantes. O ICE mantém uma equipe em São Paulo, atuando na secretaria, e todo o custo da consultoria é pago pelas empresas parceiras.

Não há materiais públicos sobre o modelo pedagógico usado em São Paulo. O Observatório da Educação solicitou os documentos à secretaria, mas a pasta informou que o produto da consultoria do ICE não lhe pertence. Ou seja, nessa parceria público-privada, o produto da consultoria fica do lado privado.
Critérios de escolha

Os 16 colégios selecionados para iniciar o projeto representam 0,3% da rede. Mesmo que atinja a meta de 300 escolas até o fim de 2014, o modelo só seria implantado no equivalente a 5% do universo das mais de cinco mil escolas paulistas. Segundo a coordenadora do programa do governo, Valéria Souza, o critério inicial é que sejam escolas exclusivas de ensino médio com condição básica de infraestrutura para abrigar os alunos em tempo integral.
O Alves Cruz, uma das duas escolas que testam o modelo atualmente na capital, teria sido uma exceção (por não ter as condições básicas de infraestrutura). “O Alves é a nossa exceção querida. (...) Ela tem um espaço menor entre as escolas que entraram. Então a intervenção física foi maior”, explicou.

Das 21 consultadas em 2011, 16 aceitaram iniciar o ensino integral em 2012. São Paulo tem poucas escolas de ensino médio exclusivo, o que dificultaria a implantação do modelo.
Para Ana Paula Corti, doutoranda na Faculdade de Educação da USP e docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), o ensino integral é uma proposta que exigiria mais cuidados na implementação: “uma mudança dessa envergadura tinha que ser pensada como política de Estado porque não é qualquer programinha”, afirma.

Ela lembra que a ampliação do ensino médio em São Paulo se deu sobre uma a estrutura de ensino fundamental que já existia. “[Seria impossível] ampliar a permanência na escola sem ter rede física aparelhada, espaço físico apropriado”.
Esta, aliás, pode ser uma pista para a alta taxa de rejeição das escolas consultadas, hipótese que Herman Voorwald também levantou em entrevista ao Observatório: “Não houve rejeição. O grande problema é que você tem muitas escolas que querem aderir ou não puderam porque primeiro: a infraestrutura não permitia, a interferência seria muito grande na estrutura; segundo, porque ela era a única escola da região”.
“Nós optamos por aquelas 55 escolas em que a estrutura permitia”, continua o secretário, “e nós colocamos uma restrição de infraestrutura muito grande, precisava estar muito bem preparado para ter uma mínima interferência possível para poder viabilizar o projeto”.

Falta de participação
Outras hipóteses levantadas por especialistas consultados pelo Observatório da Educação para essa taxa de rejeição ao modelo de ensino integral é a falta de participação na elaboração da política e de um estudo de impacto orçamentário mais específico para o ensino integral. As escolas que aderem ao programa recebem o dobro de recursos para seu custeio, mas pesquisadores indicam que seria necessário um investimento 60% acima de uma escola de tempo parcial.

Além da adesão ao programa de escolas com tempo integral, o Observatório da Educação realizou um levantamento sobre outros aspectos do programa educacional paulista a partir de pedidos de informação à Secretaria Estadual de Educação de São Paulo. Entre as principais conclusões da ONG sobre o projeto estão a ausência de proposta orçamentária e planejamento de longo prazo e falta de transparência em parcerias.

*As informações são do Observatório da Educação 

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

E A CONTA NÃO FECHOU


LEI INCENTIVA COMPRA DE COMPUTADORES PARA ESCOLAS PÚBLICAS


Agência Brasil

Publicada nesta terça-feira,18, a Lei 12.715 - que amplia o Plano Brasil Maior - concede incentivos fiscais para a compra de computadores para escolas públicas e restabelece o Programa Um Computador por Aluno (Prouca). A norma trata, entre outros pontos, da desoneração da folha de pagamento, aplicação do Regime Diferenciado de Contratações (RDC) na área educacional e concessão de incentivos à industria automotiva e ao Programa Nacional de Banda Larga.

De acordo com a lei, o Regime Especial de Incentivo a Computadores para Uso Educacional (Reicomp) visa facilitar a aquisição dos aparelhos para uso dos alunos e professores da rede pública federal, estadual, municipal e do Distrito Federal e para as escolas sem fins lucrativos que prestam atendimento a pessoas com deficiência. Os computadores deverão ser utilizados exclusivamente no processo de aprendizagem.

O Reicomp suspende a incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para as indústrias que fornecem matéria-prima e produtos intermediários para a fabricação dos computadores, além do PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

O Programa Um Computador por Aluno tem como objetivo promover a inclusão digital nas escolas públicas por meio da compra de equipamentos de informática, programas de computador, suporte e assistência técnica. Pela lei, um porcentual mínimo dos equipamentos deverá, obrigatoriamente, ser adaptado para pessoas com deficiência.

A lei também institui o Regime Diferenciado de Contratações (RDC) para construção ou reforma de estabelecimentos de educação infantil. O regime poderá ser aplicado até o 31 de dezembro de 2018 aos projetos de construção ou reforma de creches e pré-escolas, cujas obras tenham início ou contratação a partir de 1º de janeiro de 2013.

De acordo com o governo, a adoção do RDC é opcional. O projeto – de construção ou reforma de creche e pré-escola - precisa da prévia aprovação do Ministério da Educação e o imóvel não poderá ter a destinação alterada pelo prazo mínimo de cinco anos.


sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Educação: além das verbas


Brasil é um dos países que mais investem em educação


Paris e São Paulo - O anos 2000 aproximaram o Brasil dos países que mais investem verbas públicas em educação no mundo, mas a relação de recursos por aluno, a precariedade do ensino superior e da pesquisa e a qualidade duvidosa ainda evidenciam o atraso do País. Essas são algumas das conclusões tiradas da análise de 39 países feita pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e reunidas em um relatório de 570 páginas sobre a educação, publicado ontem, terça-feira, em Paris.

Segundo seu autor, entre 2000 e 2009 o Brasil foi a nação "mais dinâmica do mundo", melhorando os ensinos fundamental e médio, mas piorando o superior. O estudo, elaborado por Andreas Schleicher, diretor-adjunto da OCDE para Educação, é o mais amplo levantamento anual comparativo sobre o estado da educação no mundo.

Conforme a instituição - que reúne os países mais desenvolvidos do mundo -, o Brasil realizou um dos maiores aumentos de investimentos de seu Orçamento em educação no período de 2000 a 2009 entre as nações avaliadas - de 10,5% a 16,8% -, tornando-se o quarto no ranking e superando a média, de 13%. Esse resultado foi possível pelo incremento de 149% dos investimentos por aluno nos ensinos fundamental e médio, o que fez do País o que mais elevou as despesas entre 2005 e 2009.

Ao longo da década, o Brasil recuperou parte de seu déficit educacional investindo na área o equivalente a 5,5% de seu Produto Interno Bruto (PIB), embora o dado ainda seja inferior à média da OCDE, de 6,25%. No ensino primário e secundário, esse porcentual já ultrapassa a média - 4,23%, contra 4%.

Déficit

As notícias ruins se concentram no que se refere ao ensino superior, segmento em que o Brasil é o quarto pior da lista, com 0,8% do PIB. Nos anos 2000, o investimento brasileiro em universidades caiu 2% e não acompanhou o crescimento de 67% do número de alunos. Os resultados são ainda mais precários em pesquisa e desenvolvimento, área em que o Brasil é o pior de uma lista de 36 países, com 0,4% do PIB investido.

O problema, adverte a OCDE, é que o ensino superior exerce um papel econômico determinante no Brasil. De acordo com a organização, o mercado de trabalho nacional é o que apresenta a maior diferença entre quem conclui e quem não conclui a faculdade. Além de enfrentar um desemprego menor, quem tem curso superior ganha salários melhores.

Para Nelson Cardoso Amaral, professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), a queda do investimento precisa ser vista em relação ao aumento do número de matriculados. "Houve um aumento do investimento bruto, até por conta do Reuni (programa de expansão do ensino superior do governo Lula). Isso foi bom, porque muitos chegaram ao ensino superior. O problema é que os valores gastos não foram suficientes para que não baixasse o valor por aluno. Isso precisa ser cuidado, porque não podemos deixar a qualidade cair."

Outra má notícia é que o acréscimo de recursos na educação, também verificado em vários países emergentes, como a Rússia, não eliminou o retardo da área. No ensino pré-primário, a média de gastos anuais por estudante do Brasil foi a terceira pior dentre 34 países - de US$ 1.696, comparado a US$ 6.670 da média da OCDE. O mesmo déficit acontece no ensino primário, no qual o País investe US$ 2.405, contra US$ 7.719 da média, o quarto pior resultado entre os 35 países avaliados. A relação é pior no ensino secundário, no qual o investimento é de US$ 2.235 - o terceiro pior -, contra US$ 9.312 da média de 37 países avaliados.

Embora a taxa de escolarização tenha aumentado na última década, mais de um em cada cinco brasileiros entre 15 e 29 anos não vai à escola nem tem emprego. Para o autor do estudo, os dados relativos ao País revelam um cenário contraditório. Se o Brasil investe mais nos ensinos fundamental e médio, o mesmo não acontece no superior e na pesquisa. E a melhora dos índices é relativa, pois na maior parte dos parâmetros, o País não chegou ao padrão médio dos países reputados pela qualidade do ensino.

"Por registrar mais investimento, mais participação, mais alunos na escola, mais pessoas completando a formação, diria que o Brasil é o país mais dinâmico do relatório", disse Schleicher ao Estado. Para ele, o aumento do investimento no ensino básico é "um sucesso".

Mas mais dinheiro não é tudo. "Melhorar a qualidade é um ponto crítico que ficou para trás. Há indicadores positivos de que a qualidade melhora, mas ainda precisa avançar muito mais."

Sem comparação

Para o professor Ocimar Alavarse, da Faculdade de Educação da USP, é preciso cuidado para que os números do aumento não sinalizem mais que a realidade. "Diferentemente das nações europeias, o Brasil ainda tem problemas como a carência de instalações físicas, crianças fora da escola. É claro que, nesse cenário, é preciso investir mais."

Uma comparação justa dos investimentos, explica, só será possível a médio prazo, quando o Brasil alcançar a universalização do atendimento - desde a creche até a Educação de Jovens e Adultos (EJA) -, infraestrutura básica, como o laboratório de ciências e plano de carreira docente. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Pesquisa aponta que depressão é maior causa de afastamento de professores

“Nossos professores estão doentes”. Essa é a realidade de quem leciona na rede estadual de Educação, na opinião da coordenadora regional da Apeoesp, na subsede da Baixada Santista, Célia Amado. Para ela, os números apresentados nesta terça-feira pela entidade corroboram sua afirmação.

De acordo com o estudo "A Saúde do Professor da Rede Estadual de Ensino", do total de entrevistados, 27% afirmaram que tiveram de se afastar das salas de aula. O principal motivo, relatado por 57%, foi a depressão.

Ainda segundo a Apeoesp, que ouviu 936 professores de todo o Estado, em 2010, transtornos de ansiedade são a segunda maior causa de afastamentos, apontada por 49%. Outros 41% citaram a rouquidão e 37%, a hipertensão.

“Tudo isso acontece por esgotamento físico e mental”, define Célia. Classes lotadas e a violência dentro da escola são fatores que, segundo ela, derrubam a autoestima e a motivação do educador. “E o resultado são esses números”, diz. Segundo ela, não há dados específicos da Baixada Santista, mas os casos são muitos. “Conheço vários que tiveram de se afastar. Alguns se recuperam, mas vão para serviços burocráticos, ficam fora das salas de aula. E isso representa uma perda muito grande porque são bons profissionais”.

O principal objetivo do levantamento é conhecer melhor a saúde e as condições de trabalho dos professores e, desta forma, elaborar intervenções para melhorar a qualidade de vida destes servidores.


Estado

A Secretaria de Estado da Educação informa que o órgão responsável por conceder licenças médicas é o Departamento de Perícias Médicas do Estado (DPME), vinculado à Secretaria de Gestão Pública. Dessa forma, a pasta não dispõe de um levantamento sobre as principais causas de licença-saúde de professores, seja no Estado ou na região da Baixada Santista.

No entanto, a secretaria ressalta que desenvolve um conjunto de medidas voltadas não só para a maior eficiência na gestão de recursos humanos, mas também para a melhoria das condições de saúde de seus profissionais. 

A primeira dessas iniciativas foi implantada em fevereiro do ano passado, com a criação do programa São Paulo Educação com Saúde, em parceria com o Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público (Iamspe) e com o Instituto Santa Marcelina. A intenção é oferecer assistência médica preventiva aos servidores da Educação, no próprio local de trabalho.

“O foco do programa está na prevenção, mas também será oferecido suporte para funcionários que apresentem algum problema de saúde. Nesse caso, eles serão encaminhados para tratamento, de acordo com a especialidade médica. Com o programa, espera-se reduzir a incidência de problemas como estresse ocupacional, doenças osteomusculares, sobrepeso/obesidade, sedentarismo, hábitos alimentares inadequados, hipertensão, diabetes, transtornos mentais e tabagismo”, explica a nota da secretaria. 

Mas a iniciativa ainda não atinge todos os professores da rede. Atualmente, o projeto funciona em 13 diretorias de ensino e em 1.072 escolas estaduais da Capital, beneficiando 69 mil servidores. 

“O programa deverá ser expandido, gradativamente, para unidades da Grande São Paulo, do interior e do litoral do Estado. Aproximadamente 47 mil servidores foram contemplados pelo programa no primeiro semestre deste ano”.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Educação, educação, educação!




Estudo da OCDE aponta aumento de gastos públicos com educação no Brasil


Segundo OCDE, Brasil aumentou gastos no ensino fundamental e médio. Mas cota de investimentos do governo no setor continua abaixo da média da entidade. Quanto à educação superior, investimentos são baixos diante do PIB.

O Brasil apresentou uma das maiores taxas de crescimento em gastos públicos com educação no período de 2000 a 2009, entre as nações avaliadas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em seu relatório sobre a educação divulgado pela entidade nesta terça-feira (11/09). No entanto, o relatório indicou ainda que o país apresenta investimentos, em relação ao PIB, abaixo da média da OCDE.
No Brasil, os gastos totais com educação realizados pelo setor público aumentaram de 10,5% em 2000 para 16,8% em 2009, o quarto maior nível de crescimento em gastos com educação entre 32 países analisados no estudo da OCDE – onde a média de gastos é de 13% do total do orçamento público.
Conforme o estudo, o Brasil está em primeiro lugar entre 29 países avaliados pela OCDE no que se refere a gasto público por aluno dos ensinos fundamental e médio. O país apresentou 149% de crescimento nesse quesito, entre 2005 e 2009.
Investimento fraco no nível superior
No entanto, o Brasil está entre os cinco países com o menor nível de gastos por aluno do ensino superior, tendo apresentado uma diminuição nos orçamentos públicos de 2% no mesmo período, ocupando o 23° lugar numa lista de 29 países. A OCDE observa, em seu estudo, que os investimentos na área não conseguiram acompanhar o crescimento de 67% verificado no número de estudantes universitários entre 2005 e 2009.
Em relação a seu PIB, o Brasil investe 5,55% em educação, ficando abaixo da média da OCDE, que é de 6,23%. "Como a maioria dos países da OCDE, o Brasil dedica a maior parte de seus gastos à educação primária e secundária. No caso do Brasil, essa cota é de 4,23% do PIB, maior que da média da OCDE, que é de 4%", ressalta o relatório. "Por outro lado, o Brasil investiu somente 0,8% do PIB na educação superior, o quarto investimento mais baixo entre os 36 países dos quais existem dados disponíveis", acrescenta.
O texto ressalta, ainda, que o Brasil também só investe 0,04% de seu PIB em pesquisa e desenvolvimento, a menor cota entre os 36 países avaliados neste quesito pela OCDE.
O estudo sublinha também que, embora o Brasil esteja abaixo da média da OCDE quanto ao percentual do PIB dedicado a investimentos públicos em educação, houve um aumento significativo das proporções do PIB gastas em educação entre 1995 e 2009.
Enquanto em 1995 o país gastava 3,7% de seu PIB em educação, em 2005 o Brasil aumentou essa cota para 4,4% do PIB, tornando a aumentar a taxa para 5,5% do PIB em 2009, ano em que a média da OCDE era de 6% e a dos países do G20, de 5,7%.
"O Brasil está gradualmente alcançando a OCDE e outros países do G20 nesse aspecto", conclui o estudo, observando que, de 2000 a 2009, o Brasil conseguiu aumentar em quase 2,1% a parcela do PIB gasta pelo Estado em educação. "Este é o segundo maior crescimento entre os 38 países com dados disponíveis."

Berlim critica OCDE
A ministra da Educação da Alemanha chamou de "absurdas" as críticas do relatório da OCDE ao sistema de ensino alemão. Segundo o documento, na Alemanha, apenas 20% dos estudantes têm um melhor nível de educação que seus pais, enquanto 22% têm um grau de educação até abaixo do nível de seus genitores.
O estudo aponta, por outro lado, que em quase todos os países industrializados, os jovens alcançam um melhor nível de educação que seus pais. Na média dos países da OCDE, 37% dos jovens trabalhadores possuem grau de instrução melhor, enquanto apenas 13% têm um nível de instrução inferior aos pais.
Mas a OCDE reconheceu que, historicamente, em alguns países o nível de educação é relativamente baixo, enquanto na Alemanha, uma proporção grande de pessoas possuem diplomas secundários.
Schavan acusou a OCDE de considerar um "rebaixamento" quando filhos de pais acadêmicos têm formação secundária, o que, segundo ela, se deve ao sistema de ensino na Alemanha que é "uma âncora político-educacional na crise", sistema esse que, de acordo com a ministra, desperta cada vez mais interesse internacional.
Autor: Marcio Damasceno
Revisão: Carlos Albuquerque

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

REDES ESTADUAIS E MUNICIPAIS ATENDEM A 41 MILHÕES DE ALUNOS NO BRASIL


Houve queda de 3,9% no total de matrículas em relação a 2011. Rede estadual perdeu quase 1,5 milhão de alunos, segundo dados preliminares divulgados nesta quinta-feira pelo MEC

As redes municipais e estaduais perderam, juntas, 1,6 milhão de alunos em um ano. Os dados preliminares do Censo Escolar 2012, divulgados nesta quinta-feira pelo Ministério da Educação, mostram que a queda no número de matrículas nas escolas estaduais e municipais de educação básica foi de 3,9%. Em 2011, as duas redes tinham 42.796.890 estudantes. Em 2012, o total é de 41.183.103.

As informações agora precisam ser validadas por Estados e municípios. Os números de matrículas na rede federal de ensino e na rede particular só são divulgados depois, quando os dados finais estiverem prontos. Em 2011, a rede federal possuía 257.052 estudantes (0,5% do total de matrículas), um crescimento de 9% em relação a 2010. As matrículas na rede privada representavam 15,5% do total no ano passado, mais de 7,9 milhões de alunos.

A tendência de queda nas matrículas da educação básica tem sido observada pelo Ministério da Educação desde 2007. Segundo os técnicos, há uma “acomodação do sistema educacional”, a população brasileira amadureceu e há menos crianças em idade escolar no País. O decréscimo no número de estudantes ocorreu no ensino regular, especialmente na rede estadual. As escolas estaduais perderam 1.489.710 alunos.

As redes municipais perderam apenas 124.077 estudantes. Na educação infantil, o atendimento das creches e pré-escolas municipais cresceu de 4.954.341 alunos para 5.103.227 só no ensino regular. As matrículas em turmas de ensino especial também aumentaram. Em 2011, havia 587 mil crianças e adolescentes matriculados em classes exclusivas ou turmas de inclusão. Em 2012, o número de atendimento subiu para 628 mil.

Nas creches, onde está um dos grandes gargalos do atendimento no País, o número de matriculados subiu 9,5% em relação a 2011, quando 1.469.148 alunos foram atendidos. As redes municipais e estaduais atenderam 139.064 crianças a mais que o ano anterior. 

Queda nas matrículas do ensino básico
Nos últimos anos, o Brasil vem diminuindo o número de estudantes no ensino regular, em quase todas as etapas. Dados preliminares do Censo Escolar 2012 das escolas municipais e estaduais mostram que apenas a educação infantil cresceu.

STF discute nesta terça polêmica sobre racismo na obra de Monteiro Lobato


Caso chegou ao Supremo por mandado do Instituto de Advocacia Racial e por técnico em gestão educacional que veem 'elementos racistas' em 'Caçadas de Pedrinho'
O Supremo Tribunal Federal (STF) vai realizar na próxima terça-feira (11) uma audiência de conciliação para discutir a adoção de livros de Monteiro Lobato pela rede pública de ensino.
O caso chegou ao STF por meio de um mandado de segurança apresentado pelo Instituto de Advocacia Racial (Iara) e pelo técnico em gestão educacional Antônio Gomes da Costa Neto. Ambos afirmam que a obra de Monteiro Lobato tem “elementos racistas”.
Em 2010, o Conselho Nacional de Educação (CNE) determinou que a obra "Caçadas de Pedrinho" não fosse mais distribuída às escolas públicas por considerar que ela apresentava conteúdo racista. O conselho apresentava trechos da obra para justificar o veto à obra: “Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvão.”
Em seguida, o Ministério da Educação (MEC) recomendou que o CNE reconsiderasse a determinação . O conselho decidiu então anular o veto e indicar que as próximas edições do livro viessem acompanhadas de uma nota técnica que instruísse o professor a contextualizar a obra ao momento histórico em que ela foi escrita.
Com o mandado de segurança, o Iara pretende anular a última decisão do CNE. Eles pedem ainda a “imediata formação e capacitação de educadores” para que a obra seja utilizada “de forma adequada na educação básica”.
No mandado de segurança, eles afirmam que o livro "Caçadas de Pedrinho" é utilizado como “paradigma” e que essas regras devem nortear a aquisição, pela rede pública de ensino, de qualquer livro literário ou didático que contenham “qualquer forma de expressão de racismo cultural, institucional e individual”.